31 dezembro, 2014

Autor na internet: não seja este autor!


Antigamente, um autor nacional custava a ter a visibilidade que precisava ter para fazer certo barulho no mercado literário. As editoras não colocavam muita fé em publicar um Zé Ninguém, que geralmente nem apelido na cidade que todos conheciam ele tinha, e ainda duvidavam da qualidade da obra. Além de que, certamente, o contato entre o editor e o autor era quase inexistente.

30 dezembro, 2014

A Casa



Ela queria sair correndo, mas não conseguia. O medo – não, o terror! – a paralisava completamente ao mesmo lugar, mantendo-a tão imóvel como se tivesse transformado-se em pedra. Tentava, em vão, recobrar o movimento sobre o próprio corpo. Mas isso lhe parecia impossível. Como fora parar ali? Onde estava com a cabeça quando obrigou-se a entrar neste lugar horrendo?

Começou com uma brincadeira. Quem seria capaz de entrar no casarão abandonado? As amigas riram, não vendo nenhuma consequência em lançarem-se o desafio pueril de adentrar pelo velho portão enferrujado e dar uma espiada em suas obscuras entranhas.

Afinal de contas, alguma coisa no casarão vinha cheirando muito, mas muito mal, fazendo com que todos os que passavam diante da velha casa abandonada, acabassem por torcer o nariz e apertar o passo. Os vizinhos haviam reclamado, lógico; mas ninguém de fato acreditava que a prefeitura iria mover uma palha para averiguar a situação.

Naquela pequena cidade, não era a primeira vez que algo não cheirava bem. E, se a experiência dizia que assim que o bicho morto começasse a secar, o cheiro desapareceria, por que se incomodar? Além disso, se a prefeitura não tomava providências nem mesmo para reparar o sinal da esquina, que piscava de maneira intermitente há semanas, o que esperar deste caso? Que o cheiro desaparecesse.

Porém, cidades pequenas têm muitos jovens. E estes jovens, pela cidade ser pequena, geralmente tem muito pouco o que fazer em seus momentos de lazer. E, claro, apesar das atitudes rebeldes, cortes de cabelos malucos e bebedeiras para provarem que já são adultos, a maioria dos jovens é ainda muito, mas muito infantil.

Logo, quando os desafios começaram, nada mais natural a ela aceitar. Ela era nova, sabem? E nenhum dos seus esforços para se sentir aceita havia surtido algum efeito. Clichê, sim, mas é como as coisas são. Então ela disse que iria. E foi. E, a princípio, não viu nada demais em sua tarefa, apesar de alguns dos meninos ficarem uivando no portão, como se fossem coiotes. Primeiro, por que ainda era dia. Segundo, por que estavam todos ali, no portão. E terceiro, por que deveria ser apenas uma droga de cachorro morto, pelo amor de Deus!

Medo? Não, ela não estava com medo. Estava com nojo, isso sim! Só de imaginar a carcaça que encontraria lá dentro já sentia náuseas. Teria que se segurar para que o almoço da cantina da escola – por si só indigesto – não voltasse todo, e se juntasse aos cheiros exalados pela casa.

No final, acreditou que nem teria de passar por situação tão adversa. Fosse pela direção do vento ou por que outro sortilégio, o fedor nauseabundo que chegava à rua nem estava tão forte. Talvez a coisa que fora morta nem estivesse dentro do casarão, mas em alguma parte das cercanias, e nem com a carcaça ela tivesse de se deparar. Permitiu-se, por um segundo, sentir alívio por não ter de deparar-se com o que quer que estivesse causando tanto alvoroço entre os moradores da até então pacata rua dos arvoredos.

Parada à soleira da porta, lançou o olhar ao interior, não conseguindo identificar nada na penumbra que a envolvia, já que vinha da luminosidade de um dia ensolarado para a escuridão úmida da casa há tempos abandonada. Sentiu o ar rançoso que emanava do espaço sombrio, identificando apenas os contornos, ainda difusos, que a princípio não lhe davam ideia do que estava por enxergar quando a visão acostumasse com a diferença de luz.

Mesmo acostumada a visão, em um primeiro momento não pode registrar o que via; sabia que havia uma confusão, e que estava tudo... Como explicar? Tudo espalhado por todos os lados. Como se uma criança travessa houvesse passado por ali, deixando seu rastro do chão às paredes. E teto. Por mais que sua mente consciente tenha levado apenas alguns instantes para interpretar o que se desenrolava ante si, pareceu-lhe que tempo e espaço haviam, de alguma forma, se desmanchado. Ela não conseguia sequer respirar – aliás, como se fazia isso mesmo? – que dirá se mover, forçar suas pernas a darem meia volta e correram novamente para a segurança do portão, dos amigos, para aquele mundo de brincadeiras que ficara para trás. 

De súbito, o ar pareceu-lhe voltar aos pulmões. O coração, a bater. E a noção de uma realidade exterior que existia para além do indizível que seus olhos percorriam. Inspirando o ar em largos haustos, virou-se e saiu correndo até o portão, onde os novos amigos aguardavam com expectativa. Dizem que gritou, mas ela não lembrava, em absoluto. Aliás, com o passar dos anos, não conseguiria lembrar de quase nada daquele dia. E talvez isso fosse uma benção. 

Os amigos até pensaram em caçoar; acabaram mudando de ideia, quando esta entrou em desespero por encontrar o portão trancado – brincadeirinha dos amigos – e começou a esmurrá-lo. Ainda gritando. Até que o sangue passou a escorrer pelas grades enferrujadas. Sim, eles acreditavam que alguma coisa deveria estar errada. Tiveram certeza quando, após aberto o portão, ela continuou gritando e gritando. Mesmo quando a ambulância chegou para levá-la embora.

E outros resolveram olhar. E agora a prefeitura via com prioridade o cheiro do casarão. Que nada mais era que o cheiro de carne putrefata, de milhares e milhares de pedaços de corpos, pedaços, vísceras. Alguns de corpos recentes, outros em avançado estado de decomposição. Um exame acurado realizado por diversos especialistas, no caso que definitivamente colocou aquela pequena cidade no mapa para todo pais, revelou que havia tanto pedaços de animais – gatos, cachorros, pássaros, ratos – como corpos humanos, estes últimos completamente mutilados.

Alguns eram provenientes do cemitério local, onde descobriram-se diversas tumbas violadas. Outros, permanecem desconhecidos. Talvez fossem a explicação para os diversos cartazes de “procura-se” de centenas e centenas de pessoas que simplesmente sumiram de suas vidas e suas casas ao longo dos anos. O inquérito, que teve mais de mil páginas, nunca chegou a uma conclusão satisfatória; fora parte de um rito satânico? Obra de uma mente desequilibrada? Alguém de passagem? Ou um vizinho, que cumprimentava a todos, colocava seu lixo para rua e pagava impostos, mas à noite virava um animal sem alma, capaz de cometer tais atrocidades?

Ninguém nunca ficou sabendo. Mas o número de habitantes na cidade foi diminuindo, mês a mês, até que os moradores que sobravam eram apenas aqueles velhos demais para se importarem, ou pobres demais para terem condições de ir embora. A história do casarão, esta virou lenda que os poucos visitantes – e muitos anos depois os novos moradores – viam como uma anedota, coisas de gente com muita imaginação e tempo de sobra.

Até o dia em que o casarão foi vendido por um corretor com muita ambição e poucos escrúpulos. E uma família pacata, mas com seus vários conflitos, mudou-se para a casa palco dos acontecimentos antes narrados; e a cidade viu ressurgir o horror.


Mas essa, é outra história.

*Do livro "Sangue na lua e outros contos" 
Página do livro www.facebook.com/sanguenalua


29 dezembro, 2014

Ressaca Literária


Quem tem o hábito de ler conhece bem os sintomas: Desânimo, sensação de vazio, devaneios e falta de foco. Os sintomas podem ser breves e durar algumas horas, ou longos e durar meses. Mas sempre é a mesma forma de contágio: Uma boa leitura. Sim, ler um livro que você gostou muito tem seu preço e há apenas duas formas de cura, o tempo ou uma bom livro novo. Apresento à vocês a Ressaca Literária.

Enquanto grande parte da população está sofrendo a ressaca das festas e exageros de bebidas, estou aqui, dividindo a minha ressaca literária com vocês. Não foi causada por uma grande obra literária, mas sim por um romance da editora Harlequin. Entrei tanto na história dos personagens que estou me sentindo vazia agora que acabou o livro.

Acho engraçado as pessoas desesperadas nos grupos de leitores no Facebook, atrás de um livro que cure essa ressaca. Mas o tratamento é muito pessoal, para falar a verdade, a maioria das indicações não me interessa. Precisaria ser um bom romance para me tirar da fossa. Também entendo o desespero. Afinal, quem gostaria de ficar meses sem conseguir ler um livro? Não que as tentativas sejam de livros ruins, mas é aquele velho sintoma de término de relacionamento. Você tenta procurar no novo livro, as qualidades que mais amava no livro passado. Até você encontrar um que te mostre que ainda há milhares de qualidades para serem apreciadas, você sofrerá com essa comparação interminável.

Não é fácil, as vezes é desesperador. Tentar se forçar a ler pode ajudar, mas também pode ser frustrante. Mas a vida é assim e, no final, você verá que esses bons livros que te deixaram de ressaca literária, foram os que fizeram valer a pena.

Um brinde à Ressaca Literária!


Desejo à todos um ótimo 2015!

27 dezembro, 2014

A Lenda de Kum -- 5




CAPÍTULO CINCO

A Lenda de Kum


— Minha alma? — indagou Pierson, com espanto na voz. Seus olhos arregalaram-se e ele balançou a cabeça, veementemente — O preço é muito caro. Não posso pagar por tal coisa. Deve haver uma outra forma de pagar.
— Eu gostaria que houvesse. Mas não há. O preço é fixo e não irá mudar.
— Não pode ser, Kum. Eu não gosto do tom dessa proposta. Como poderei ceder-lhe minha alma. Isso não faz sentido. Não terei vida para aproveitar o prêmio.

26 dezembro, 2014

Legado de agosto

Na superfície, o mundo era tão simples que eu dormia
Mas de fato, a balbúrdia em mim ainda chamava
Liberdade, vento
E o movimento de uma garota com cabelos dizendo oi e tchau para a cintura a cada passo de balé

(Wlange Keindé)

24 dezembro, 2014

Catarse: a plataforma de crowdfunding que pode te ajudar a publicar seu livro


Você conhece o site Catarse?

Catarse é um site que possibilita o financiamento de projetos criativos de modo simples e prático!

Como assim?

Digamos que você tenha algum projeto criativo — um jogo, um livro, um CD a ser gravado —, mas não tem o dinheiro necessário para cobrir as despesas, para que esse seu projeto se desenvolva. Sendo assim, você poderia utilizar o Catarse e pedir o apoio do público.

23 dezembro, 2014

Um (algumas vezes verdadeiro) Conto Natalino



O seu nome é Emily. E que pode ser apenas uma garotinha, mas até mesmo garotinhas como ela já entendem algumas coisas. Por exemplo, ela sabe que o pai é um, mas também é dois às vezes – separado ou ao mesmo tempo. Por que ela aprendeu que ele nem sempre esta sozinho. Às vezes, ele esta com “A-Coisa-Ruim”, como a mamãe sempre diz, e quando ele está com “A-Coisa-Ruim”, ah! Aí não tem jeito! Nesses dias o pai não brinca com Emily, não a pega no colo, não a recebe com os braços estendidos e a gira como se fosse um pião, ou a ergue como um avião no céu. Não. Nesses dias, Emily precisa se encolher bem quietinha em algum canto da casa (ou “Aquele-Monte-de-Lixo”, como as colegas da escolinha disseram) em que ela, a mãe e o pai vivem. Por que Emily descobriu que “A-Coisa-Ruim” tem olhos muito grandes, e sempre acaba percebendo quando alguma coisa esta errada. E então fica muito, muito, mas muito braba mesmo com ela e a mamãe. Bom, por que deve haver alguma coisa errada para que ela fique tão braba. Suas pernas e braços recuperados de duas luxações, suas pequenas costelas fraturadas e os diversos hematomas que o digam. Uma vez “A-Coisa-Ruim” estava tão, mas tão braba, e tinha pegado no pai tão, mas tão forte, que o fez chutar sua barriguinha várias vezes, mas ela não chorou. Emily era só uma garotinha – e o que as garotinhas podem entender do complexo mundo adulto? – mas sabia que chorar só iria piorar as coisas, então se calava. Até por que a mamãe acabou dormindo depois que “A-Coisa-Ruim” jogou a cadeira por cima dela, um sono bem pesado. Por mais que Emily a sacudisse ela não abria os olhos. Então ela não chorou. Qual o sentido se não haveria ninguém para acalentá-la? 

Sim, Emily só tinha quatro anos, mas já era grande o suficiente para saber de algumas coisas. Mas, ao mesmo tempo, oh, ela era tão pequena! E feliz – ou infelizmente, os pontos de vista são diversos – ainda tinha sonhos, esperanças e acreditava em muitas coisas, como qualquer menininha. Papai Noel por exemplo. Todo anos, desde que Emily conseguia se lembrar, ele ia até a escolinha (Emily gostava MUITO da escolinha, lá sempre tinha comida e alguns brinquedos, apesar de sempre quebrados) pegava as crianças no colo, e perguntava o que elas queriam ganhar de presente. Todo ano, ela sabia exatamente o que pedir: uma boneca. Podia ser qualquer uma. Emily podia ser grande o suficiente para saber que deveria se esconder quando o pai chegava bêbado em casa, mas ainda não o bastante para distinguir entre marcas e modelos. Para Emily, uma boneca era apenas uma boneca, e mesmo este “apenas” nunca tinha sido mais que um sonho... Quando em meio a este, se via segurando “seu bebê” e o embalando nos braços, colocando-o para dormir e dizendo que o ia proteger. Não, “A-Coisa-Ruim” não pegaria seu bebê.

Apesar de tão pequena, Emily, no entanto, já começava a ficar grande o suficiente para desconfiar de que algo estava errado. Talvez Papai Noel nem tivesse tantos “duentes” mágicos a serviço dele. Aliás, ele é que parecia doente, tão magrinho, coitado! Sempre tão rechonchudo nas fotos, de certo por isso é que nunca podia trazer sua boneca. Emily só tinha quatro anos, mesmo assim já começava a escutar com mais interesse quando as crianças mais velhas da escola diziam que Papai Noel era que nem o Faz-de-conta, tudo de mentirinha. Mas a tia da escola disse que ele existia sim, e que estava tão magrinho quanto Emily por que tinha vindo correndo lá do “PocoNorte” e lá era muito, mas muito longe. No que ela acreditou, mas queria mesmo saber como é que um lugar “pouco” poderia ser assim tão longe ... Emily sentiu alívio, por que ainda havia esperança. A boneca ainda podia ser pedida. Então por que nunca vinha? Seria a falta da chaminé? Ela precisava investigar isto melhor.

Apesar de extremamente simples, a mãe de Emily sempre fazia questão de montar a árvore de natal. No entanto, apesar dos presentes que ali embaixo apareciam fossem úteis – calcinhas, meias e, uma vez, até teve um vestido que ficava grande e tinha um pequeno rasgo por onde Emily brincava de enxergar o umbigo e, mesmo assim, uma das melhores coisas que já ganhara – mas nunca a tão sonhada boneca. Emily poderia ser só uma garotinha, mas sabia muito bem que, lá embaixo, não havia nada com o formato de uma boneca. Ficou triste. Papai perguntou O-Que-Diabo havia com ela. Ela viu que “A-Coisa-Ruim” já rondava o pai, mas mesmo com medo de despertar sua ira falou: era uma menina má, pois só assim se explicaria a ausência do que tanto almejava. Papai (que era papai quando “A-Coisa-Ruim” não estava com ele) prometeu o inconcebível. ELE, e não o bom velhinho, atenderia à súplica da filha. Que alegria! Ela nem podia imaginar como seria quando finalmente pudesse tê-la, sua boneca, seu bebê, em seus braços. Mamãe brigou, disse que o dinheiro era para as contas, pagando com seu frágil rosto a negativa, mas não importava. Papai havia decidido, e quando ele queria algo, ele conseguia.

Em sua aflição, mal olhou os presentes que a mão zelosa da mãe havia preparado. Um rudimento de culpa pelo olho começando a arroxear da mãe a acometeu. Mas a culpada não fora ela, que não quis dar ao pai o dinheiro? Ficou à porta, até muito tarde, esperando papai com o tesouro prometido. Até o sol se por, até a noite cobrir a terra, e ficar cada vez mais fria. A mãe, a custo tentou convencer Emily a ir dormir. Mas ela não podia. Como conciliar o sono? Emily já sabia de muitas coisas, mas também era apenas uma garotinha. Como entender a aflição da mãe, a torcer nervosamente as mãos? Que a expectativa sua era também a dela com a diferença de que, enquanto uma embalava doces sonhos, a outra, mais madura, já conhecia bem demais a dura realidade que na esquina se avizinhava? 

Quando por fim papai chegou, não vinha sozinho. Emily era só uma garotinha, mas crescida o suficiente para saber que, quando papai andava daquele jeito, era por que ali estava o pai e “A-Coisa-Ruim”; e mesmo assim era (de novo) apenas uma garotinha que, diante de tamanha frustração, não consegue conter o pranto ao ver as mãos vazias, prontas para bater. Não, não era uma boa hora para chorar. A mão do pai veio pesada, mas não foi maior que a dor que Emily ia sentir indefinidamente, após as marcas do pequeno corpo desaparecerem. Por que há feridas que sangram indefinidamente, cortes que não cicatrizam. Encolhida, chorando sua dor, Emily é apenas uma garotinha de quatro anos, mas agora crescida o suficiente para saber mais uma coisa nessa sua tão curta e já tão dolorosa vida: Papai Noel realmente não existe.


Dedicado à todas as Emilys, anônimas, que infelizmente ainda existem – apesar de nossa aparente recusa em ver – em nossa sociedade atual.

22 dezembro, 2014

Modinha


Não gosto do uso do termo ‘modinha’ para falar sobre os livros que estão em destaque nas livrarias e que todos estão lendo e comentando. O livro está na moda? Sim, mas usar o termo ‘modinha’ é como se isso fosse algo negativo. E não é.

Os livros que são modinha, best seller ou de literatura de massa, costumam ter uma linguagem mais simples e um enredo menos complexo, é por isso que ele conquista um numero maior de leitores. Mas não há motivo para que se crie um preconceito em cima disso, muito menos em cima das pessoas que consomem esse tipo de literatura.

Não venha com o argumento raso que modinha não agrega nada a ninguém. Você sabia que um gibi agrega benefícios a um leitor? Imagina um livro de duzentas páginas? Além de vocabulário, os livros ajudam na criatividade do leitor. É claro que um livro que faça alguma crítica ou uma análise mais aprofundada sobre um tema poderia adicionar mais benefícios, mas se a pessoa não for ler um livro assim, que pelo menos leia o que está em pauta.

A literatura de massa é ótima para leitores iniciantes, os capítulos curtos, palavras claras e uma narração simples prendem o leitor que não está habituado a ler. Imagina quantas garotas começaram a ler por causa da saga Crepúsculo? Esses livros são escritos para vender e a publicidade em cima deles trabalha para que isso aconteça. É claro que visto assim, o livro não se parece nem um pouco com um clássico, e não é. Nem o autor tinha essa intenção. Tendo em mente que esses livros foram escritos para entreter, eles estão fazendo um ótimo trabalho. Não há mal nenhum em ler para se entreter.

Você pode não gostar de um livro porque a história não te cativou, mas pelo simples fato de ser modinha, é um argumento bem superficial. Não vou dizer que leio todos os livros que estão comentando por aí, “A Culpa é das Estrelas” foi um que não me encantou e não li. Mas Harry Potter é um livro que é moda até hoje, li e gostei.

Não preciso falar da riqueza de um clássico e quão bom é ler um livro que tem qualidade no enredo, na narração e na escrita, mas tudo tem o seu tempo. Ninguém começa lendo clássicos, o leitor precisa ter repertório suficiente para ler e apreciar uma obra consagrada.

Que nunca leu um livro, que atire a primeira pedra.


Um brinde à literatura de massa!

20 dezembro, 2014

A Lenda de Kum -- 4
















CAPÍTULO QUATRO

A Lenda de Kum


Enquanto a caverna desmoronava-se ao seu redor, Pierson, percebia que seus pés não tocavam mais o chão. Seu coração estava palpitando dentro do peito e os olhos estavam cerrados com força. As mãos protegiam o rosto da areia, que era jorrada em sua direção. Um som agudo atravessou o ouvido de Pierson.

19 dezembro, 2014

Poema

O Poema é bom
Quando é garçom
De um belo prato
Mais do que farto
Do que ninguém quer olhar

Mais humano impossível

Sou
Matéria
De que é feita
A matéria que me faz?
Impulsos elétricos me fizeram
Acordar de madrugada. O eterno
Movimento de elétrons ao redor de
Prótons e nêutrons me fez suspirar. A repulsão
Entre minúsculas cargas negativas me fez
Levar a mão à testa de modo que minha
Carne encontrasse minha carne
Apesar do imenso vácuo nos
Átomos do meu corpo.
Sou matéria, que
Matéria
Sou!

(Wlange Keindé)

Resposta

- Estão vendo o homem da estátua? - Disse Emily enquanto a tocava acariciando o mármore e  sorrindo como se ela estivesse trazendo boas recordações - Além de um rei, ele foi um ótimo general, um ótimo pai - continuou - e após sua morte, vocês querem acabar com seu legado?
Rei Leon deixara seu reino, uma morte precoce em campo de batalha, e não havia ninguém que pudesse tomar seu lugar, somente seu general, Mircéa. Emily invadira seu descurso com os outros soldados.
- Eu sou seu legado! - gritara com a voz cada vez mais grave enquanto olhava para a face de cada soldado, então empunhou sua arma e o único som era de sua lâmina rasgando o ar e em seguida o silêncio engoliu aquela sala.
- Você é apenas uma criança Emily, o que acha que pode fazer?
Uma breve pausa se fez necessária. Ouvia-se bem ao longe os ecos dos pássaros que pairavam sobre o telhado. E então o que que ninguém esperava aconteceu.
- Empunhe sua espada Mircéa, meu pai corre dentro de mim e a única mancha que eu permitirei em seu legado será do seu sangue.

18 dezembro, 2014

Cidade do Ankou- Quinto Capitulo

Na manhã seguinte...
      Lisa chorava enquanto o investigador Esteban Gonzaléz a observava do lado de fora da sala. A mãe da moça chegou a delegacia muito assustada e procurava a filha aos berros. Alguns guardas a seguraram e a levaram para uma sala vazia quando os pais de Olive chegaram prontos para tirar satisfação e pedir a prisão de Lisa a todo custo. 
— Vou entrar lá para saber o que aconteceu. Mais uma vez o terror está assombrando RodIsland, mas dessa vez temos alguém para esclarecer o que aconteceu. 
      Esteban era um homem jovem e era apenas um adolescente quando o pastor Edwards foi assassinado mas nunca se esqueceu da imagem vista naquele dia e agora ele estava pronto para interrogar Lisa Aleen que foi achada na floresta depois de ligar para a mãe e dizer apenas 'O Ankou.'. Mas não era isso o pior, ela estava dentro de um enorme buraco, e no fundo dele restos mortais, que Esteban podia jurar serem do pastor; dentro da cova também estavam Thomas Jill e Olive Holland -o primeiro estava morto com a cabeça decepada e a segunda em completo estado de choque. A filha amada do casal Holland já havia sido enviada a um hospital particular com os melhores médicos que o dinheiro poderia pagar. Nenhum outro Jill apareceu para reconhecimento de corpo.
      Dentro da sala a mente de Lisa era uma confusão só ao tentar organizar os fatos que aconteceram na noite do dia anterior. Seu coração disparou ao ver Gonzaléz entrar na sala e olhe encarar profundamente com aqueles olhos amendoados e com ar tão benevolente, mas que no fundo ela sabia, poderiam ser de extrema frieza. 
— Então Lisa Aleen, vamos direto ao assunto. Quero que me conte o que aconteceu para que eu possa te ajudar.
— Não consigo explicar...Senhor, eu não matei Thomas, foi o, foi o...
      Ela olhou para o além e estremeceu como se algo a vigiasse. 
— O Ankou?
      Quando ele pronunciou aquelas palavras a garota o olhou com o olhar tão assustado que ele não precisou de uma resposta verbal. 
— Me diga mais sobre esse tal Ankou.
— Ele... Edwards. Me desculpe.
      Dito isso ela caiu no choro descontroladamente. O investigador saiu da sala e foi até a sua sala, deveria descobrir o que é um Ankou. Procurou em sites de busca e logo obteve alguns resultados, mas para ele não fazia sentido, era apenas uma historia mitológica celta. Lisa teria de explicar a ligação. Só ela tinha as respostas. Como a fazer falar?

17 dezembro, 2014

Como realizar um lançamento virtual do seu livro em ebook


É de conhecimento geral que os eBooks estão virando os queridinhos de todos os autores, por uma série de vantagens que eles proporcionam, desde o pouco trabalho de editoração até o valor de venda que bate vários livros impressos e agrada aos leitores.

16 dezembro, 2014

Eram almas gêmeas



Frio. Noite. Não sei há quanto tempo atrás ouvi a porta bater após ele sair. Mais frio. Será de toda essa umidade? Deve ser. Serão lágrimas? Ou é o sangue que ainda escorre? Não sei. Medo. Dor. Vergonha. A culpa realmente é minha? Ele diz que sim, mas é difícil entender... Há um tempo eu ainda tentaria argumentar, explicar meu ponto de vista, talvez entender o porque. Mas não agora. Não, não agora. Noite. E se fosse dia, de que adiantaria? Ninguém para chamar, nenhum ouvido para escutar o grito que ameaça escapar da garganta – mas só ameaça. E se ele estiver lá fora? E se escutar? Não, melhor não. Melhor ficar atenta e evitar que a dor se repita.

15 dezembro, 2014

Moeda literária


Quem gosta de ler e não tem uma renda mensal suficiente para cobrir os gastos com livros tem o hábito de criar a própria moeda. Chama-se moeda literária e o valor dela varia de acordo com cada pessoa. Por exemplo, a maioria dos livros que eu compro custa em média R$20,00, logo um vestido que custa R$80,00 custa na verdade 4 livros. É claro que depois disso levo em consideração a necessidade. Tenho uma pilha de livros para ler e nenhum vestido para ir na formatura da minha amiga, qual é o mais útil? O vestido. Tirando casos específicos, como o vestido da formatura da minha amiga, o livro acaba valendo mais a pena. Comer na rua ou comprar livros? Enquanto tiver comida em casa, sempre será livros.

Em casos exagerados (ou não), esse tipo de pessoa também tem uma contagem diferente de tempo: 20 minutos, um capítulo. Logo um filme de duas horas, são seis capítulos médios. Dependendo da vontade de assistir o filme, acabo fazendo os dois ao mesmo tempo. Algumas pessoas chamam isso de doentio, mas quando não se tem muito tempo para ler, cada segundo é precioso.

Quem convive comigo já está acostumado, principalmente quando eu comparo o valor de uma boa balada em São Paulo com livros. Quem trocaria 6 livros por uma noite? Para manter a vida social ativa as vezes você tem que ceder. Assim como meus amigos já trocaram o sanduíche delicioso do Madero por um preço pequeno do McDonalds para garantir as minhas próximas leituras.

Não são todas as pessoas que entendem isso, na maioria, são as que não gostam de ler. Não julgo, é claro, as vezes o valor de uma bebida que eles tomam é o valor de um livro e eu não fico criticando por isso. Uma coisa que eu aprendi é: Se alguém não gosta de ler, jamais verá o real valor de um livro. Então não insista, respire fundo e continue convertendo os valores na sua cabeça.

Um brinde à nova moeda!


14 dezembro, 2014

Alma Flamejante - Capítulo 6

Capítulo Cinco
Luta pela Sobrevivência
Tudo aconteceu de forma muito rápida, de tal forma que não se pensava em nada, mas sair correndo do cemitério que se tornara o Vilarejo da Pena. Zyi não conseguia pensar em nada além da morte de todos que estavam ali e a fuga em processo...

13 dezembro, 2014

A Jovem na Taverna

Nicole saiu de casa trajando um longo vestido vermelho com uma faixa preta em sua cintura. Seus longos cabelos ruivos encaracolavam até abaixo de seus ombros. Seus olhos castanhos estavam cerrados contra o sol do crepúsculo que a atingia no rosto, iluminando as sardas que marcavam-lhe a face.

12 dezembro, 2014

Opostos

Foi domingo
Hoje é sexta e já não aquento
eu sinto a dor,
Choro na madrugada
Lamento

Mas sei
Nem tudo é tão belo
é preciso sofrer para sorrir


Dois casos opostos
Mas necessários um pro outro
Como eu e você...

Se eu passo por você

Se eu passo por você e te olho
Te absorvo
A vida vem
E vejo
O sentimento morto
Mas se eu passo sem olhar
É um aborto

(Wlange Keindé)

Isto não é um Título

Isto não é um poema
Isto não são versos
Isto não é métrica
Isto são apenas signos linguísticos combinados dizendo
“Dane-se”

11 dezembro, 2014

Cidade do Ankou- Quarto Capitulo

    As garotas passaram boa parte do dia lendo tudo que podiam sobre o que era um Ankou e sobre o assassinato do pastor. 
     Olha isso:"Quando o Ankou aparece, ele não vai embora de mãos vazias."
    — Onde leu isso?
    — É um proverbio irlandês.
    — Mas queria entender a ligação disso tudo com a morte.
    — Temos que investigar a fundo oras, já pedi para chamar seu namoradinho para eu explicar minha ideia.
    Olive ligou para o namorado clandestino e o convidou a se encontrar com ela e a amiga em uma cafeteria. As duas logo chegaram no local marcado e ficaram esperando pelo rapaz. O cheiro forte de café invadia suas narinas de forma intensa quase as puxando como em desenhos animados. 
    — Um expresso por favor.
    — Dois.
Pediram a uma moça que passava com o uniforme do local. Minutos depois de terminarem seus expressos a porta se abriu deixando uma brisa gelada entrar e Thomas entrou seguindo até elas. 
    — Qual foi?
    — Que simpatia hein.
    — Live sou mesmo obrigado a aguentar essa garota?
    — Sim. Senta. 
    — É o seguinte, para descobrirmos mais sobre o assassinato precisamos invadir o antigo gabinete do meu pai. Fiquei sabendo que todos os arquivos estão no cofre lá.
    — E qual a senha? 
    — Eu tenho ela. 
    — Eles não mudaram depois que seu pai morreu?
    — Sim, mas como minhas mãe ainda tem alguns pertences lá eles deram a nova senha pra ela.
    — Povo burro, deixar uma senha importante dessa perto de uma pestinha como você.
    — Cala a boca Tho
    Lisa explicou para eles com uma planta da prefeitura como tudo seria feito, seria feito naquela noite mesmo. Logo teriam tudo que precisavam para começar a entender completamente o que havia acontecido.
    No caminho de volta para a casa Olive levantou uma questão que afligia as duas. 
    — E se acharmos quem fez isso?
    — Ai será com a policia.
    — Isso não me inspira confiança. 
    — Nem a mim, mas não posso prender ninguém, 

Libertação

- Melissa! Melissa! - Gritavam eles do pequeno bote abaixo de mim. Estavam desesperados para me trazerem de volta. Mas eles não entendem não é mesmo? - Dizia Melissa enquanto olhava seus amiguinhos brincando ao seu lado. Um sorriso em seu rosto parece ter agitado ainda mais eles.
Aqui somos livres, felizes. De vez em quando alguém aparece para nos atrapalhar, mas não é nada demais - continuou - Todos temos um espaço livre para sermos felizes, criarmos o que quisermos. Todos temos esse direito. Mas o mais importante dos direitos é poder escolher.
Ao fundo ouvia-se seu coração batendo através de uma máquina, e um emaranhado de parafusos respirando por ela.
- Por favor, volte Melissa! - chorava uma senhora nos seus quarenta anos de idade sentada ao lado da maca.
- Receio que ela nunca mais volte. Os danos cerebrais a fizeram perder a consciência. Sua realidade agora habita somente em sua mente.
Foi ali que, nem toda luz branca perante a morte seja Deus. As vezes pode ser um médico decretando sua morte.

10 dezembro, 2014

Como organizar suas histórias – Parte 3: Mais algumas dicas interessantes


Na primeira e segunda parte, falei sobre o planejamento e o foco da sua história que você deve fazer e ter antes de começar a escrever. Se já começou a escrever, ótimo! Se não, e ainda prefere uma dica melhor que o planejamento, eu trouxe outra opção para você hoje. E para você que tem um problema com nome de personagens, trago no final do post, uma planilha que vai te ajudar bastante! Vamos lá?

09 dezembro, 2014

Escuro


Logo eles chegarão aqui. Logo. Como posso me defender? Por anos consegui fugir, mas agora sei que não há mais saída. Não, não há saída. Por isso escrevo. Guardei o segredo por muitos anos comigo para proteger aos que amo, mas agora... Oh, agora sei, no fundo, que me enganei por todo este tempo. Eles estavam mortos, mortos, mortos... E por mais que esta palavra retumbe incessantemente em meus pensamentos, ainda não consigo acreditar.

08 dezembro, 2014

Literatura erótica


Acho engraçado como as pessoas lidam com esse boom de livros erótivos que houve no Brasil depois de Cinquenta Tons de Cinza. O preconceito está por todos os lados e as pessoas que leem são colocadas em caixas separadas dos outros leitores. Sempre parti do conceito de que cada um lê o que quer e não deve ser julgado por isso. Por um lado, confesso, sempre relevei o preconceito vindo dos homens, eles não leram o livro e não entendem o universo feminino. Apenas julgam. Afinal, quem gosta de ler um livro que só descreve sexo e a menina apanha de um cara, aparentemente maluco?
Eu pensava assim, até um dia que li um trecho de “Game of Thrones” por tabela de um cara que estava lendo no ônibus. Peguei bem a parte da descrição de uma cena de sexo. Aí eu pensei: Eles entendem sim, eles são machistas! Não conheço nenhum cara que leu os livros de George R. R. Martin e disse que gostou do livro só por conta das cenas de sexo. É claro que eles podem gostar das cenas, mas ninguém leu exclusivamente por conta das descrições eróticas. Então por que as mulheres que leram livros que contém conteúdo erótico só leram por causa disso e são pervertidas ou recalcadas?

07 dezembro, 2014

Alma Flamejante - Capítulo 4

Capítulo Quatro
A Fuga
Após passar aquele tempo refletindo sobre como conhecera sua melhor amiga, Zyi resolveu andar um pouco pelo vilarejo onde havia crescido. A expectativa de deixar o lugar em alguns dias mexia com ele, afinal, ali era onde havia se criado para o mundo.

06 dezembro, 2014

A Sombra Púrpura

Ao meio-dia, a neve caía incontrolavelmente. Era inverno em Esmeralda, reino conhecido pela peculiaridade de ter apenas uma cidade, a Capital, e incontáveis tribos nômades fiéis ao rei, o feral Lorde Vileak Lilyfield, também conhecido como “O Campeão da Profecia”. Isso era tudo que ela sabia sobre aquela região. Ou quase isso.

A Lenda de Kum -- 3












CAPÍTULO TRÊS

A Lenda de Kum


Um sentimento ruim invadiu sua alma e um hálito gelado tocou seu rosto.

— Olá Pierson.

Pierson sentiu-se incomodado com aquela voz, feminina, atravessando o ar até o seu rosto. Ele tremeu os lábios e não conseguiu responder de primeira.

— Não precisa ficar com medo. — sussurrou a voz, novamente, em seu ouvido.

05 dezembro, 2014

Ultimo verso

Não vou mais fazer poemas sobre você
Não vou escrever mais o livro sobre nós
Não vou tentar te desvendar
Estou cansada de sonhar coisas com você
Que nunca vão acontecer

Eu prometo,
Esse é o ultimo verso que escrevo
Lembrando-me de seus olhos
Na nostalgia daquela tranquilidade
Do seu sorriso

E até aquele amor que voava solto
E todos o viam em direção a você
Agora está preso,
No fundo da minha alma
Junto com os sonhos

Que você fez questão de esquecer 

Chronos

Tic Tac
Tic Tac
Quero ser feliz de novo
Pedi ao senhor do tempo
Que não me fizesse bobo
Mas ele tem um talento
De nunca me ouvir
E cantar
Tic Tac
Tic Tac
Não vou mais tentar

(Wlange Keindé)

Pensando em Você

Hoje me peguei pensando em você
Pensei no infinito dos rios que se cruzam
Pensei na imensidão dos olhos que se olham
Pensei na sintonia das mentes que se tocam
Pensei na sinfonia das vozes que se falam
Pensei na harmonia dos dedos que se buscam
Pensei na intensidade dos corpos que se abraçam
Pensei na eternidade do amor que envelhece
Pensei em como é bom amar você

04 dezembro, 2014

Cidade do Ankou- Terceiro Capitulo

      Como as pessoas se prestavam ao trabalho de homenagear um homem todo anos sem se importar em investigar a acusação feita contra ele. Esse pensamento ecoava em várias cabecinhas ali naquele salão principal da igreja. Até mesmo nas de Olive Holland e Thomas Jill, que se agarravam escondidos na chapelaria entre alguns casacos que estavam por ali há anos. Olive é a filha mais nova de uma família de nove filhas e o pai delas, August Holland é um homem extremamente conservador e mantem as filhas na rédea curta. Coloca a culpa em Lisa Aleen pela rebeldia de sua filha mais nova. Se ele soubesse que sua filhinha estava se atracando com o motociclista e provável usuário de drogas da cidade, teria um ataque.

Novo Mundo

...Tínhamos voltado ao lar. Apesar da poeira e destruição, ainda me lembrava dos meus lugares favoritos. O parque, a sorveteria, o cinema... Nossa geração foi a geração que teve tudo e não soube aproveitar nada. Talvez agora, a única vida que resta aqui esteja em minhas mãos. 
- Vamos logo - Sussurou Eric quando me viu parada vislumbrando o vento, a poeira e pedras - Não adianta imaginar o mundo como era antes - Continuou - Até mesmo na sua cabeça, os seres humanos são teimosos e vão errar novamente.

03 dezembro, 2014

Como organizar suas histórias – Parte 2: Planejando a sua história e cuidando com o foco


Na primeira parte, eu falei sobre questionários importantes para a sua história e a importância de adicionar muitos detalhes para seu mundo e seus personagens. Agora, na segunda parte, eu falarei sobre o planejamento da sua história e do foco. Vamos lá?

02 dezembro, 2014

A porta



Estava frio, mas não era noite. A neve caia em flocos, cobrindo de branco a terra vermelha e dura por onde seus pés tinham caminhado tantas e tantas vezes nos últimos anos. Mesmo assim ele sentia medo. E a culpa era da porta. A maldita porta do galpão! Ele tinha certeza de tê-la trancado. Ou será que a tinha deixado aberta? Ele realmente não sabia. Aliás, com a passagem dos anos, parece que havia sempre mais uma coisa da qual não conseguia se lembrar de forma clara.

01 dezembro, 2014

Pequenos leitores



Sentada na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, um lugar que todos deveriam conhecer, observei a área infantil repleta de crianças com seus pais. A idade variava, ia desde um ano até dez, mas a reação era a mesma. Eles estavam encantados. Fiquei algum tempo assistindo os pais lerem alguns livros para os filhos, que olhavam vidrados para o monte de páginas que deveriam conter gravuras hipnotizantes. Os mais grandinhos se divertiam sozinhos com os seus livros enquanto os pais se entretiam com alguma obra sem gravuras.