22 novembro, 2014

A Lenda de Kum -- 1




CAPÍTULO UM

A Lenda de Kum


O povo nômade caminhava pelas areias, às pressas, e com dificuldade, precisavam encontrar o mais rápido possível um local para se esconder. Os ventos uivavam pelas colinas e, gradualmente, fortaleciam-se. As tempestades de areia, começavam sutis e então, em um piscar de olhos, tudo ficava coberto e submerso em metros de areia.
Pierson, o líder dos nômades caminhava na frente, forcejando as pernas contra a areia. Ao longe, observou uma elevação rochosa. Precisavam apenas apressar os passos.


— Rápido, andem rápido! — bradou Pierson — Precisamos nos apressar.

Os nômades aceleraram o passo ao máximo que era possível. Uma mulher, tentou esforçar-se para alcançar o resto do grupo, mas estava carregando uma criança de colo. Forçou seus limites e acabou caindo ao chão, derrubando sua pequena filha. Pierson ao ver a cena, disparou em sua direção e ajudou-a a levantar. Colocou a garotinha em seu colo, que chorosa, se aninhou em seus braços.

— Está tudo bem? — indagou Pierson, quando a mulher pôs-se de pé.
— Sim, Pierson. É que estou com medo de ficar pra trás.
— Me siga, vou ajudá-la.

Pierson continuou caminhando, rapidamente, com a pequena garota em seu colo. O vento começou a ficar mais forte. A preocupação de Pierson aumentou, que mal conseguiu conter seu medo. Todos começaram a ficar desesperados ao seu redor. Alguns corriam desesperadamente e acabavam tropeçando. Uma vez no chão a areia cobria seus corpos de maneira violenta. Mas a tempestade ainda não tinha chegado em sua totalidade. E era isso que preocupava Pierson.

— Continuem andando! — esbravejou contra o grupo nômade, que movia-se com dificuldade.

A menina em seu colo começou a chorar e Pierson apertou o passo. A mulher ao seu lado continuava tentando acompanhá-lo, com dificuldade. À medida que eles aproximavam-se do destino, mais o vento aumentava e tornava-se mais perigoso. A mulher que corria ao lado de Pierson, balançou com o vento e caiu na areia. Levantou a mão para pedir ajuda, mas antes que pudesse dizer uma palavra a areia entrou em sua boca, cobrindo, rapidamente, todo o seu corpo. Pierson forçou mais os passos, mas começou a perder a fé e a esperança. O zumbido do vento pelas colinas aumentou e a areia chicoteava o corpo dos sobreviventes, causando pequenos cortes.

— Falta pouco! — exclamou Pierson, mantendo-se positivo diante de seu povo — Vamos conseguir!

Um homem, olhou para Pierson para dizer-lhe algo, mas foi o suficiente para a areia entrar em sua boca, e o vento jogá-lo ao chão. Pierson arqueou as sobrancelhas, franziu o cenho e forçou-se, o máximo que conseguia. Faltava tão pouco. Quase prendeu os pés nas camadas de areia que firmavam-se, mas conseguiu com esforço retirar-se e logo, o cansaço foi festejado, quando conseguiram posicionar-se atrás da rocha. Pierson percebeu uma caverna, o que era bem mais interessante para eles. Chamou os poucos sobreviventes para entrar na caverna. Direcionou-se até uma mulher sobrevivente e entregou a criança.

— É seu novo filho — declarou.

Continuaram caminhando até o local indicado, que estava negro com sombras tenebrosas. 

Um primeiro homem, voluntário, precipitou-se para a caverna, mas em seguida, a única coisa que ouviram foi um grito aterrorizante, que extinguiu-se no ar, gradualmente.

Continua…

Autor: Pessoal, se tiverem gostado (ou não) do primeiro capítulo, peço que curtam e/ou comentem suas opiniões. Agradeço desde já.