26 janeiro, 2015

As pessoas que roubam livros




Durante o meu passeio socrático nos grupos de leitores do Facebook, me deparei com a seguinte postagem:


“Alguém já roubou um livro?
Obs: Não roubei, mas conheço uma garota da minha escola que rouba da biblioteca e bateu curiosidade em saber se alguém aqui do grupo já roubou algum...”

Não é a primeira vez que encontro uma postagem sobre o assunto e o que mais me choca é o alto número de pessoas que já disseram ter feito a ação e não se arrependem. Muitas ainda concordam com a frase que não é roubo, é empréstimo por tempo indeterminado. Se você não tem a intenção de devolver e pegou sem pedir autorização, é roubo.

Achei engraçado estas respostas saindo de um grupo onde as pessoas geralmente se rotulam mais inteligentes que as outras por possuírem o hábito de ler. Achei mais engraçado ainda, as pessoas se ofenderem com a repreensão. Tomei a liberdade para destacar nesse texto algumas das respostas:



 “Trabalhava numa penitenciária e quando chegava doações eu "pegava"e quardava no meu armário sem ninguém ver. Um dia no meu niver uma amiga de lá me deu o livro A menina q roubava livros e disse q sabia kkkk”

“Roubar !?? Kkkk a biblioteca é publica ... Então tem dinheiro meu lá .. Então.. Alguns livros são meus.”

“Isso mesmo, não se rouba da biblioteca da escola se faz empréstimo sem registro por tempo indeterminado”

Roubo é roubo, roubar um livro não faz a pessoa mais digna do que uma pessoa que rouba um celular. Você gostaria que um amigo seu fosse à sua casa e escondesse um livro seu na mochila enquanto você pegasse um copo de água para ele? Você gostaria que alguém entrasse na sua casa para roubar e levasse seus livros juntos com a TV e o computador? Pense nisso.

E isso nos leva novamente a questão do que se anda lendo e o que está sendo abstraído dos livros. Sempre vi na literatura uma forma de aprendizado e aperfeiçoamento, acho que esta nova geração de leitores estão mudando  a visão do que é ler. É possível devorar 10 livros no ano e não aprender nada com eles. Por outro lado, começo a acreditar que no fim, eles não leem nada!

Um brinde aos leitores de caráter!