20 novembro, 2014

Cidade do Ankou - Primeiro Capitulo


RodIsland, Maine, Fevereiro de 2001.
Era mais uma manhã em RodIsland, o senhor White estava sentado em sua varanda admirando o fim do inverno nevado; a senhora Anderson estava gritando com seus filhos gêmeos por eles se sujarem antes do culto. Os cultos aos sábados eram, em todos os sentidos da palavra, sagrados para grande parte dos moradores da cidade. Por isso Olivia Anderson se irritava sempre com os filhos brincalhões, afinal, que senhora honrada deixa os filhos imundos bem antes do abençoado culto do pastor Edwards? Oliver Edwards, um homem limpo das marcas do pecado, guiado por Deus e amado por todos da pequena RodIsland. Quer dizer, amado por quase todos, pois existe ali um grupo que não era devoto ao ‘Santo Edwards’, mas por questões óbvias eles fingiam ser para toda a pequena e religiosa população da cidade.
           Mas naquele sábado algo muito diferente viria a acontecer e que chocaria todos os fiéis. Poucos minutos antes do culto começar alguém foi visto mexendo no equipamento que exibia as letras dos cânticos em um telão próximo ao altar, logo acima do órgão. Ninguém soube informar mais tarde quem era tal pessoa. Dada a hora para o inicio do culto, todos os que regulamente iam a ele já estavam devidamente acomodados e prontos para ouvir mais testemunhos, cânticos e passagens bíblicas. Porém algo chamou muito a atenção: o Oliver Edwards estava claramente muito atrasado, nem estava na porta para recepcionar seus fieis como corriqueiramente fazia.
   O que será que houve?
   Ele nunca fez isso antes.
   Será que algo ruim aconteceu?
Esses e vários outros comentários podiam ser ouvidos vindos dos sussurros dos ali presentes. Mas logo foram calados por um chiar muito forte vindo dos alto falantes do salão. Em seguida no telão onde eram exibidas as letras dos cânticos, uma imagem fez as mães cobrirem os olhos dos filhos, alguns sentirem vontade de chorar e alguns outros a ficar em estado de choque. Na tela estava o pastor Edwards, completamente nu, com as parte íntimas decepadas, preso a uma árvore pelo pescoço e no peito a palavra ‘estuprador’ estava gravada em sua pele e o sangue escorria das letras. O choque no salão era geral, ninguém sabia o que fazer, quem chamar, os policiais da cidade já estavam ali com suas famílias e nem eles sabia o que fazer. Depois de algum tempo, August Hill se levantou e bruscamente desconectou os cabos que reproduziam a imagem no telão.
   Devemos tomar uma decisão sobre o que fazer imediatamente. Isso é uma tragédia, um homem santo como o pastor Edwards foi violentamente morto e nem sabemos onde ele está. Vamos, devemos achá-lo imediatamente. As mulheres levem as crianças para a casa e não saiam até que seus maridos tenham voltado. Não quero ninguém sozinho, os maníacos que fizeram isso ainda estão a solta.
Era esse o homem mais influente da cidade, dono de uma rede de lojas, resolveu morar em RodIsland por ser uma cidade pacata. E como a palavra de August Hill valia quase mais que a do próprio prefeito da cidade, todos cumpriram suas ordens. Os homens escoltaram as mulheres e crianças para suas casas, que foram trancadas em seguida, e depois todos se reuniram na praça central da cidade, bem em frente à bem acabada prefeitura.
   Como meu amigo August já disse, devemos encontrar esses psicopatas e entregá-los a nossa justiça. Pois a justiça de Deus para com esses animais será tomada no dia do juízo final.
Depois do discurso quase comovente e muito breve do prefeito Antony Aleen, um velho muito baixinho e feio, todos seguiram divididos em grupos para os bosques aos arredores da cidade e, munidos de armas de fogo e armas brancas, começaram a caçada pelo local da morte do pastor.